quarta-feira, 6 de julho de 2016

Albert Camus sobre o Rio de Janeiro em seu Diário de Viagem em 31 de Julho de 1949.

"O fim de semana se passa em passeios, banhos e pingue-pongue. Respiro, enfim, neste campo. E o ar, a oitocentos metros, me faz avaliar melhor o clima do Rio, realmente cansativo. Quando descemos, no domingo à noite, é sem alegria que reencontro a cidade. Aliás, sou acolhido diante da Embaixada por uma dessas cenas por demais freqüentes no Rio. De novo, uma mulher estendida, sangrando, diante de um ônibus. E uma multidão que olha, em silêncio, sem prestar-lhe socorro. Esse costume bárbaro me revolta. Bem mais tarde, ouço a sirene de uma ambulância. Durante todo esse tempo, deixaram morrer essa infeliz em meio aos gemidos. Em compensação, dão demonstrações de adorar crianças."

terça-feira, 28 de junho de 2016

"- Foi o ciúme... o ciúme, sabe o que é o ciúme Doutor? Eu não sabia... eu nunca tinha sentido nada parecido com isso... Essa coisa que as pessoas falam que tão amando alguém e daí querem que essa pessoa seja só delas. O ciúme é uma dor, uma tristeza, uma raiva... um medo de dividir, um medo de de repente preferirem outro a você, um medo de perder quem agente ama, não é isso? Eu não sabia mesmo e não gostava de quem sentia essa coisa feia, esse sentimento triste, essa vontade filha da puta... porque ciúme faz as pessoas acharem que têm propriedade sobre os sentimentos, sobre o corpo, sobre a vida dos outros! O ciúme é autoritarismo, é escravagismo, é filha da putice, é fascismo, é ou não é? Não pode caber o ciúme no amor libertário, isso eu tenho certeza que não pode, nem preciso te perguntar. Eu te amei como nada nesse mundo, eu te amo agora como tudo neste mundo e não senti e não sinto e não vou sentir porra nenhuma de ciúmes de você, doutor. Não vou sentir porque o nosso amor é libertário, porque o nosso amor é coisa nova, é coisa que vem do futuro!"

(Coiote - Roberto Freire)

segunda-feira, 27 de junho de 2016

"Responda com sinceridade: será que o seu ciúme exagerado não significa que é você quem sente vontade de pular a cerca? É comum temermos que a outra pessoa faça aquilo que somos capazes de fazer. Provavelmente, seu ciúme revela que você não consegue estar por inteiro na relação – uma maneira de administrar a culpa, portanto, seria transferi-la para o outro". (Jornal Tribuna da Bahia)

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Um dia desses ouvindo uma conversa na praia, uma amiga comenta com outra:

"Miga, sabe aquela que passou por mim e deu uma rabissaca? Pois ela nessa semana postou 'namastê', 'gratidão' e uma oração..." e a outra respondeu "Miga, se acostume, todo mundo é um pouco assim às vezes, dizemos uma coisa e fazemos outra..."

domingo, 12 de junho de 2016

Compartilhando um pouco da desalegria de Domingo,

tudo anda amargamente sem graça, o meu conatus está extremamente baixo e, além da crise histérica crônica, há alguma coisa que parece como se estivesse corroendo por dentro, a sensação de uma Gestalt aberta que não vai ser fechada, uma afta que não sara, agonia frequente, ansiedade latente, morbidez constante, café gelado e Coca Cola quente...

quinta-feira, 2 de junho de 2016

“Esqueçam seus mestres, aqueles que tanto mentiram, e vocês sabem disso agora, e os outros também, porque não souberam persuadi-los. Esqueçam todos os mestres, esqueçam as ideologias peremptas, os conceitos moribundos, os slogans vetustos com os quais ainda querem alimentá-los. Não se deixem intimidar por nenhuma chantagem, de direita ou de esquerda.”

-- Albert Camus, Mensagem aos jovens franceses a favor da Hungria (in Obras Completas III).

sábado, 21 de maio de 2016

"Cara, já tentei suicídio yoga ypióca vodka dança natação brownie café séries astrologia fotografia esperanto vegetarianismo anarquismo cartomante candomblé tinder bike, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço?" (Caio F. AbrEU, 2016.1).