sábado, 31 de agosto de 2013

O sino no pescoço da Globo.

Para ler ao som do soteropolitano Raul Seixas.

Meu amor à música popular proporcionou-me inúmeras oportunidades de servi-la, sempre na condição de coadjuvante, de um modo que me orgulho e envaideço ao recordar.

Fui jurado de quase todos os festivais de música popular brasileira, desde o primeiro, na Televisão Excelsior, aos da Televisão Record e alguns da Rede Globo. Quase sempre quem me indicava era o seu produtor, Solano Ribeiro. Em outras ocasiões, pelo que me dizia Solano, meu nome era lembrado pelos próprios concorrentes.

Assim, tive a alegria de ter ajudado a nascer, como um obstetra, claro, os mais importantes compositores brasileiros: Edu Lobo, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, entre muitos outros. A maior alegria em ter participado desses eventos decorre do fato de ter ajudado a impedir que fossem cometidas injustiças contra os artistas que acabei de citar. 

Nunca trabalhei em qualquer outro tipo de júri, então não posso generalizar. Porém, a responsabilidade estética do jurado em concursos de música popular brasileira tem de ser acompanhada de outra, tão ou mais importante que aquela: a política. Política do tipo brasileiro mesmo: briga de foice no escuro. Briga entre as tendências estéticas e políticas dos jurados, briga entre os jurados por causa de sua amizade e admiração pelos compositores em concurso, briga dos jurados com os organizadores dos festivais, briga dos jurados com a direção da televisão, briga dos jurados com os patrocinadores dos festivais. Resumindo, se o jurado não topar a briga de foice no escuro, não se fará a devida justiça, acabando por não saírem vitoriosos os mais competentes e talentosos. 

Essas brigas ocorrem na forma de bate-bocas que podem terminar em ameaças ou, o que de fato muitas vezes aconteceu, em porradas mesmo. Lembro-me de que, no primeiro festival, um jurado (músico famoso) acusou Edu Lobo de ter plagiado VillaLobos em Arrastão. Dei-lhe 24 horas para que provasse isso, trazendo-nos a prova em número de compassos idênticos, nas duas músicas, para que se configurasse o plágio. Caso contrário eu quebraria a sua cara, por estar ofendendo a honra do meu amigo Edu. Não trouxe a prova e teve de fugir de mim durante todo o festival. 

Arrastão ganhou o festival merecidamente, mas foi muito ajudado pela interpretação brilhante, emocionante, que levou o público a confirmar nossa decisão, da genial cantora que surgia também naquele festival, Elis Regina.

Quando a direção da Record desclassificou Sérgio Ricardo por ter jogado o violão sobre a platéia que o vaiava, me insurgi e levantei o júri contra a direção da emissora, obrigando-a a retirar publicamente a decisão. Para, em seguida, votar contra a música Beto bom de bola, de que realmente eu não gostava, do meu querido amigo Sérgio Ricardo. 

Não estou autorizado a dar detalhes e citar nomes das pessoas pertencentes a um grupo de jurados que sempre se aliaram em defesa da Música Popular Brasileira, numa atividade tanto política quanto artística, discutindo e decidindo quais as composições a classificar, criando estratégias e táticas que nunca foram desonestas, porém surpreendiam nossos adversários, derrotando-os, em maneiras espertas e surpreendentes de dar notas na hora da votação.
O que muito nos orgulhava e desfazia qualquer mal-estar por participarmos de tantos jogos e manobras políticas era o enorme talento dos jovens compositores que protegíamos. Além disso, o que é óbvio, eram pessoas que, além de excelentes artistas, possuíam visão de mundo progressista e antiautoritária.

Tínhamos a nosso favor a admiração total e imediata do público a esses artistas que logo se tornaram ídolos populares e, ao mesmo tempo, uma espécie de reserva cultural e política de integridade e resistência à ditadura militar da época.

Porém, de todas essas aventuras, a que mais me alegra lembrar, apesar dos sofrimentos físicos que me foram infligidos na ocasião, foi a ocorrida no FIC, um festival da Rede Globo, onde eu trabalhava na época criando o programa A Grande Família.

Numa foto do jornal O Estado de São Paulo, que foi reproduzida no meu livro Viva Eu, Viva Tu, Viva o Rabo do Tatu! está documentado esse episódio, acontecido no dia 2 de outubro de 1972. No júri dirigido por Nara Leão, estavam, entre outros, além de mim, João Carlos Martins, Décio Pignatari, Rogério Duprat e Sérgio Cabral. Como a direção da Globo suspeitou que tínhamos a intenção de premiar a música originalíssima, porém muito agressiva, Cabeça, de Walter Franco, ela decidiu destituir o júri nacional, substituindo-o pelo júri composto por estrangeiros que trabalhavam na parte internacional do festival.

Lembro-me da reunião realizada no hotel Copacabana Palace, na qual decidimos redigir um manifesto de protesto e de denúncia contra a Globo, pela sua decisão de nos destituir e por submeter a música brasileira a um julgamento de estrangeiros, atestando, assim, nossa incompetência. E ficou decidido também que um de nós invadiria o palco do Maracanãzinho durante a transmissão ao vivo do festival e leria o manifesto ao microfone. Até aí, tudo bem, e até me faz lembrar a velha piada: os ratos, para se prevenir da aproximação do gato, decidem colocar um guizo no seu pescoço; então um rato gaiato pergunta: “Sim, mas quem vai colocar o guizo no pescoço do gato?” Não sei por que, não me lembro dos argumentos utilizados, mas ficou decidido que eu é que ia ler o manifesto.

O espetáculo corria solto. Munido da credencial, entrei nos camarins do Maracanãzinho e consegui o apoio do grupo O Terço (formado por jovens amigos de meus filhos), que se prontificou a me levar escondido entre eles na hora que entrassem no palco. E assim foi. Cheguei ao microfone e, diante do espanto geral, comecei a ler o manifesto. Mas fui logo agarrado por homens da segurança da Globo que me arrastaram para trás das cortinas. Ali, fui jogado nas mãos de uns dez policiais que começavam a me aplicar uma tremenda surra no exato momento em que o fotógrafo do jornal O Estado de São Paulo conseguia fazer a foto a que me referi. Bateram o quanto quiseram, fraturando-me um braço, quatro costelas e fazendo do meu rosto uma couve-flor sangrenta. E me trancaram num camarim, preso. 

Os primeiros a aparecer foram os meus companheiros do júri, preocupados com meu estado físico e indignados com a violência. Contaram que a televisão tinha saído do ar depois da minha intervenção. Alguns membros da diretoria da emissora apareceram também e fizemos ali mesmo uma reunião, na qual chantageei a Globo: ou liam nosso manifesto no ar, durante o festival, ou eu receberia os jornalistas, daria entrevista sobre a surra e lhes entregaria o manifesto. A chantagem foi acrescida da ameaça dos meus companheiros: tentariam invadir o palco eles também, a menos que fossem todos presos.

Com a retirada de algumas frases agressivas demais para a Globo ler no ar contra ela mesma, o manifesto foi lido pelo apresentador do festival. E fui levado para o hospital, me sentindo feliz e um tanto ridículo por bancar o herói e ter acabado como mártir da MPB ao ousar botar o guizo no pescoço da Globo.

Roberto Freire em Ame & Dê Vexame.



O paulista Roberto Freire.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Senhor,

dai-nos coisas doces,
mesmo as que amargam,
mas livra-nos de gente cu-doce,
principalmente as que amargam, amém.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ser governado é...

Para ler ao som do baiano Raul dos Santos Seixas...

"Ser governado é ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, identificado, doutrinado, aconselhado, controlado, avaliado, pesado, censurado, comandado por outros que não têm nem o título nem a ciência, nem a virtude...

Ser governado, é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, anotado, registrado, recenseado, tarifado, selado, tosado, avaliado, cotizado, patenteado, licenciado, autorizado, apostilado, administrado, impedido, reformado, endereçado, corrigido.

É, sob pretexto de utilidade pública, e sob o nome do interesse geral, ser posto à contribuição, exercido, extorquido, explorado, monopolizado, pressionado, mistificado, roubado; depois, ao menor resmungo, à primeira palavra de reclamação, reprimido, multado, enforcado, hospitalizado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído, e por cúmulo, jogado, ludibriado, ultrajado, desonrado.

Este é o governo, esta é a sua justiça, esta é sua moral!

E quem são entre nós os democratas que pretendem que o governo tem de bom; os socialistas que sustentam, em nome da liberdade, da igualdade e da fraternidade, esta infâmia; os proletários que colocam a sua candidatura para à presidência da república"!
___________________________________________________________
Pierre Joseph Proudhon, Idée générale de la révolution au XIX e siècle.

O francês do século 19 Pierre-Joseph Proudon.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Poeta do Paraguai.

E o que a gente esconde com a razão,
a gente revela com o coração,
o que a gente esconde com a mente,
a gente revela com o corpo,
com a respiração,
com os dedos,
com as mãos...

Por isso não sei se acredito
no que tu fala ou no que tu sente,
não sei se acredito no que diz o barulho
do teu coração acelerado ou no que tu me diz,
não sei se acredito no que tu me fala ou se
acredito no que tu me diz quando se cala,
não sei se acredito no que tu me escreve
ou se acredito no que tu me diz quando bebe
e se derrete sem o superego...

Sem querer ser Poeta do Paraguai demais,
mas já sendo, eu realmente perdi a amiga,
mas não perdi a cantada...

Para ler ao som da britânica Dido.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Isso,

me bate, me machuca,
me maltrata, me pisa,
me morde, me belisca,
me fere, me magoa,
me chuta, me aperta,
me corta, me ofende,
me critica, me azucrina,
me xinga, me esculhamba,
me censura, me exclui,
me ame & me odeie,

puxa a faca e me da um tiro,
da uma rasteira no meu pescoço
e uma voadora no meu calcanhar...

sábado, 24 de agosto de 2013

Trois ménages à trois.



Para ler ao som do cosmopolita Manu Chao.


Ménage à trois I.

Ah, eu, tu & a lua...
Ela em cima de nós,
Eu em cima de tu,
Tu em cima de mim,
Tua língua na minha
E a minha na tua...

La luna

Para ler ao som do parisiense Manu Chao.

Ménage à trois II.

eu escrevo pra você
e você escreve pra ele

eu faço música pra você
e você faz música pra ele

eu faço poesia pra você
e você faz poesia pra ele

eu canto pra você
e você canta pra ele

eu bebo por você
e você bebe por ele

eu choro por você
e você chora por ele

eu amo você
e você o ama 

eu mato você
e você morre.

Para ler ao som do espanhol Manu Chao.

Ménage à trois III.

Bonjour, mademoiselle,
comment ça va? Ça va bien?
Je suis très, trés bien pourquoi
je t'aime beaucoup, mon amour,
mais  tu me manques et je suis
trés desolé et trés fatigué aussi...

Voulez-vous coucher
avec moi c'est soir?
Un ménage à trois,
moi, tu et la lune,
une nuit trés jolie,
une lune trés jolie,
un amour trés joli et vrai...

Tu est une petite chérie
avec un grand coeur,
est une grande femme
et une grande amie,
une grande compagne
et aujourd'hui aussi
un grand amour.
Bisous en tu coeur, fleur!

Para ler ao som do cearense Manu Chao.

Ménage à trois, por Carlos Latuff, 2013.

Para ler ao som da francesa Édith Piaf.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"Tesudos de todo o mundo, uni-vos!"


CONTRA CAPA.


Descobri que é chegada a hora de acrescentarmos ao tempo

e ao espaço mais uma dimensão fundamental à vida no universo:

o tesão.

Porém, não me refiro ao tesão do Aurélio, mas sim ao do

Caetano, por exemplo. Para mim esse tesão não habita dicionários

oficiais; entretanto, é o que anima e encanta os poetas tropicais.

Tesão sem passado, apenas contemporâneo e vertical, ele é

produto semântico e romântico dos que sentem desejo pelo desejo,

alegria pela alegria e beleza pela beleza. Mas pode linda tesão de

quem sente desejo pela alegria, beleza pelo desejo e alegria pela

beleza.

Sem tesão não há solução, além disso, é também um livro

confessional. Por meio de entrevistas, confesso-me anarquista

graças a Eros, poeta apenas de expressão corporal, romancista

das sujeiras humanas cristalinas, terapeuta somente de mutantes

e de coiotes, revolucionário por vocação herética, drogado

assumido, público e autônomo.

Termino o livro com uma profecia anarcoecológica, em forma

de manifesto: Tesudos de todo o mundo, uni-vos.


ROBERTO FREIRE - Sem Tesão Não Há Solução.



Para ler ao som do baiano Caretano Veloso.

Sem Tesão Não Há Solução (1987) - Roberto Freire.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Leminski

se amor é troca
ou entrega louca
discutem os sábios
entre os pequenos
e os grandes lábios
no primeiro caso
onde começa o acaso
e onde acaba o propósito
se tudo o que fazemos
é menos que amor
mas ainda não é ódio?
a tese segunda
evapora em pergunta
que entrega é tão louca
que toda espera é pouca?
qual dos cinco mil sentidos
está livre de mal-entendidos?

Paulo Leminski.




Tem gente que tem fórmulas e réguas e regras pra se fazer poesia, como se houvesse um jeito mais certo ou mais errado ou menos válido de se fazer poesia, eu não entendo muito disso, mas tudo bem, o Paulo Leminski nesse vídeo fala sobre isso melhor do que eu e parafraseando Pascal, até mesmo zombar da poesia é poetizar. 


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

god is love...



god is love

love is good

good is cool

cool is fuck

fuck is love


Para ler ao som dos americanos Bad Religion.



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Trecho de Utopia & Paixão - Roberto Freire.

"Toda perda amorosa, todo fim de relação, é coisa extremamente dolorosa. E tanto maior o prazer e a alegria de uma relação, maior a dor e a tristeza que serão provocadas quando do seu fim ou de sua perda. Mas, se sabemos realisticamente que todo amor terá sempre um fim e que algo ou tudo da relação pode ser destruído com o tempo, deveríamos, então, estar sempre preparados para enfrentar a dor. Enfim, a dor é também o amor. Porque a dor e o prazer no amor são uma só coisa, alternando-se como bússola a indicar as vitórias e os fracassos da sedução, do amor e da paixão nas relações afetivas. E o sentimento de onipotência, é o autoritarismo apropriativo que supõe e cobra o direito a vivermos apenas o prazer no amor. Acreditamos, porque já experimentamos mais de uma vez, que a dor pela perda ou destruição de um grande amor torna-se insuportável, consegue vencer a compreensão ideológica e nos desorganiza psicologicamente. Parece ser algo impossível de anestesiar e de consolar. E como poderia ser diferente se esse amor foi uma sedução permanente, uma paixão vertical, inédita, uma relação de suplementaridade, na qual beleza e prazer se confundiram num só sentimento e percepção? Como poderíamos sofrer menos quando o perdemos ou o vemos destruído irremediavelmente? Sempre nos sobrará, no mínimo, um terrível sentimento de culpa e, no máximo, o vazio abismal da solidão dos deuses decaídos. Mas nós aceitamos, queremos essa dor, mesmo que seja mortal, porque ela é o testemunho de que pelo menos durante algum tempo conhecemos a verdadeira face do amor. E só isso basta para justificar a vida".

Do filme Edukators.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O amor é uma companhia.

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Alberto Caeiro.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Na teoria a prática é outra.

 
Éden Loro (Grafiticidade) - Escambo Livre de Rua - Umarizal - Rio Grande do Norte - 2007

Quando se fala em Amor Livre, a primeira coisa que as pessoas pensam e enfatizam é no fato de se poder ficar com outras pessoas, como se Amor Livre fosse só uma desculpa pra se fazer "semvergonhice", como se diz por aqui, quando na verdade isso é o de menos. Você pode muito bem ficar apenas com uma pessoa e continuar sendo um Amor Livre. A liberdade é muito mais do que um momento, acontece no dia-a-dia, nas pequenas coisas do cotidiano. Às vezes alguém que fica com várias pessoas em um relacionamento aberto é mais presa do que quem fica apenas com uma, quando para além das relações afetivas existem várias prisões. De nada serve exigir liberdade quando você mesma/o se prende e prende outras pessoas mais do que qualquer outra coisa. Amor Livre e todas as suas possibilidades não é mais uma comunidade no orkut ou mais uma teoria bonita que por isso um dia deve ser colocada em prática, assim como todas as outras exigências de liberdade, para somente depois vir a teoria. Ou seja, as exigências de liberdade no macro não devem ser separadas do micro. E não é porque se leu uma meia-dúzia de livros sobre Amor Livre que algo necessariamente vai se efetivar se não houver ao mesmo tempo a vontade de ser livre e de se deixar também as outras pessoas serem livres. Não adianta forçar o Amor Livre quando na prática a maioria das pessoas forçam para que se prevaleça o amor burguês. Se for pra ser poligâmico, que sejam os dois (ou as duas) e se for pra ser monogâmico, que sejam as duas (ou os dois).

Para ler ao som dos baianos Doces Bárbaros (1976).

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

As amantes de François de La Rouchefoucauld

o ajudavam a disseminar os seus textos pelas cortes da Europa no século XVII e algumas, como Madame de La Fayette, o auxiliavam também corrigindo e sugerindo coisas em seus escritos, já as minhas, me tiram de tempo, me criticam, me xingam, me batem, me mordem, me escarram, me difamam, me esculacham, me cospem, me desorientam, me apedrejam, me detonam, me denigrem, me censuram, me beliscam, me cortam, me desprezam, me ignoram, me exploram, me esmurram, me empurram, me deletam, me bloqueiam, me excluem, me dispensam, me esmagam, me enganam, me empatam, me apertam, me cutucam, me implicam, me esculhambam, me esquecem, me desapontam, me traem, me odeiam, é amor demais, DESSE JEITO EU VOU MORRER!


Madame de Lafayette, amante de La Rouchefoucauld em Paris, no século 17.


Para ler ao som da soteropolitana Karina Buhr.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Estive pensando sobre os últimos anos e parece que o tempo passou

rápido como um hardcore, lento como um brega dedilhado,
rápido como quem rouba chocolate, lento como quem rouba um beijo,
rápido como quem sorri, lento como quem chora,
rápido como quem bebe cachaça, lento como quem bebe cerveja,
rápido como quem cheira cocaína, lento como quem fuma maconha,
rápido como quem bate um retrato, lento como quem faz um filme,
rápido como quem escreve um bilhete, lento como quem escreve uma carta,
rápido como quem faz um fichamento, lento como quem faz uma monografia,
rápido como quem dança no carnaval, lento como quem dança uma valsa,
rápido como quem perde o ônibus, lento como quem espera o ônibus,
rápido como quem desce escadas, lento como quem sobe escadas,
rápido como quem come biscoito, lento como quem compra biscoito,
rápido como quem anda de carona, lento como quem anda de topic,
rápido como quem corre na esteira, lento como quem caminha na rua,
rápido como quem da um selinho de despedida, lento como quem morde a língua,
rápido como quem dança um coco, lento como quem dança uma ciranda,
rápido como quem desce uma trilha, lento como quem sobe a serra,
rápido como quem pisca com pingos de chuva, lento como quem vê o movimento da lua,
rápido como quem come, lento como quem cozinha,
rápido como quem bebe um litro, lento como quem lê um livro,
rápido como quem faz cócegas, lento como quem faz cafuné,
rápido como quem envia um e-mail, lento como quem envia uma carta,
rápido como quem envia uma mensagem, lento como quem lê um diálogo,
rápido como quem fabrica uma barbie, lento como quem faz uma boneca reciclada,
rápido como quem se casa, lento como quem se separa,
rápido como quem fica, lento como quem namora,
rápido como quem passeia, lento como quem viaja,
rápido como quem conta um conto, lento como quem escreve um romance,
rápido como quem se apaixona, lento como quem ama...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Essa cidade é uma selva sem o Face...

Primeiramente, bom dia. Pessoas, parem de me mandar sms me esculhambando (pois é) quando eu deleto o Fresquebuque, é que eu preciso estudar, imprimir umas coisas, atualizar outras redes sociais, ir a praia, lavar a louça, varrer a casa, arrumar o meu quarto, escrever, fazer a minha dissertação,  responder e-mails, ler o jornal, jogar bola, tocar, viajar, beber, trepar, ir a shows, ir pro grupo de estudos, tomar café, almoçar, jantar, ir pra aula, estudar línguas, responder cartas, pagar contas, responder sms, editar vídeos e fotos, enviar pro youtube, compartilhar, resenhar, digitar, andar de perna-de-pau, tocar violão e pandeiro, ensaiar, pensar, fazer roteiros, visitar minha prima, ir ao jogo, assistir tv, ver filmes, namorar, paquerar, fazer fanzines, ir ao oftamolorgista, ir ao dentista, ouvir, baixar e gravar músicas, baixar filmes, ler blogs, cortar o cabelo, fazer a barba, tirar um cochilo, andar de bicicleta, nadar na piscina e no mar, andar de ônibus e de topic, tweetar, atualizar os blogs, ir pras manifestações, dar oficinas de percussão, ir nas feitas, decorar cifras, assistir palestras e defesas, discutir as relações, fazer provas e trabalhos, dar aula, ir ao banco, fazer compras, e depois disso tudo ainda lavar as mãos e ir jantar no R.U. com o Arilson e às vezes com o Tharles, se eu ficar no Facebook, não vou ter tempo de fazer essas e outras coisas, porque há muitas coisas no Facebook que mesmo que você não entre, você tem que dar uma olhada porque sempre há curtidas, cutucadas, compartilhamentos, comentários, xingamentos inbox etc., sem contar que quando eu entro de novo começam a pedir"sai do face, menino!", então, pronto, vou ficar eternamente nesse entra-e-sai porque nem Maria Madalena agradou todo mundo, também não sou eu que vou conseguir agradar, já percebi que um jeito ou de outro sempre vai ter alguém que vai reclamar porque há pessoas que o esporte preferido é odiar admitir quando eu estou certo, já me disseram isso, discordam até de si mesmas só pra não concordar comigo, acho incrível, então eu preferi voltar pros velhos tempos de blog porque aqui ninguém comenta nada mesmo e não vai fazer diferença nenhuma na vida de nenhum cristão, como se diz, então, toda vez que alguém me perguntar agora o por que de eu deletar o Face às vezes três vezes por dia, vou mandar esse link, principalmente pra não pensarem "ele deve ter deletado por causa de alguma coisa que eu disse" (risos), porque isso não tem nada a ver, deleto porque preciso, volto porque te amo, não sou anti-social, nem acho que existe mundo real e mundo virtual, a internet também faz parte do mundo e a gente tem mais é que se aproveitar dela mesmo, mas enfim, acho que mais uma vez já tô me explicando demais, aliás, acho que nunca me expliquei tanto na minha vida, mas juro que é porque chegou a um ponto em que foi necessário, porque eu só me responsabilizo pelo que eu digo, não pelo que entendem, então não achei uma forma melhor do que essa, apesar de achar que ninguém vai levar a sério mesmo, rs.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Os Sobreviventes.

(Para ler ao som de Angela Ro-Ro)
Para Jane Araújo, a Magra.

SRI LANKA, quem sabe? Ela me diz, morena e ferina, e eu respondo por que não? mas inabalável continua: você pode pelo menos mandar cartões-postais de lá, para que as pessoas pensem nossa, como é que ele foi parar em Sri Lanka, que cara louco esse, hein, e morram de saudade, não é isso que te importa? uma certa saudade: em Sri Lanka, brincando de Rimbaud, que nem foi tão longe, para que todos lamentem ai como ele era bonzinho e nós não lhe demos a dose suficiente de atenção para que ficasse aqui entre nós, palmeiras e abacaxis. Sem parar, abana-se com a capa do disco de Ângela enquanto fuma sem parar e bebe sem parar sua vodka nacional sem gelo nem limão. Quanto a mim, a voz rouca, fico por aqui comparecendo a atos públicos, entre uma e outra carreira, pixando muros contra usinas nucleares, em plena ressaca, um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder pagar essa poltrona de couro autêntico onde neste exato momento vossa reverendíssima assenta sua preciosa bunda e essa exótica mesinha de centro em junco indiano que apóia vossos fatigados pés descalços ao fim de mais uma semana de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. Mas tentamos tudo, eu digo, e ela diz que sim, claaaaaaaro, tentamos tudo, inclusive trepar, porque tantos livros emprestados, tantos filmes vistos juntos, tantos pontos de vista sócio político artístico filosófico existenciais e bababá em comum só podiam dar mesmo nisso: cama. Realmente tentamos, mas foi uma bosta. Que foi que aconteceu, eu pensava depois acendendo um cigarro no outro, e não queria lembrar mas não me saía da cabeça o teu pau murchos e os bicos do meus seios que nem sequer ficaram duros, pela primeira vez na vida, você disse, e eu acreditei, pela primeira vez na vida, eu disse, mas não sei se você acreditou. Quero dizer que sim, que acreditei, mas ela não pára, tanta tesão mental espiritual moral existencial e nenhuma física, e eu não queria aceitar que fosse isso: éramos diferentes, ai como éramos diferentes, éramos melhores, éramos mais, éramos superiores, éramos escolhidos, éramos vagamente sagrados, mas no final das contas os bicos dos meus peitos não endureceram e o teu pau não levantou, cultura demais mata o corpo da gente, cara, filmes demais, livros demais, palavras demais, só consegui te possuir me masturbando, tinha a biblioteca de Alexandria separando nossos corpos, enfiava fundo o dedo na buceta noite após noite pedindo mete fundo, coração, explode junto comigo, depois virava de bruços e chorava no travesseiro porque naquele tempo ainda tinha culpa nojo vergonha, mas agora tudo bem, o Relatório Hite liberou a punheta. Não que fosse amor de menos, você dizia depois, ao contrário, era amor demais, você acreditava mesmo nisso? Naquele bar infecto onde costumávamos afogar nossas impotências em baldes de lirismo juvenil, imbecil, e eu disse não, o que acontece é que como bons-intelectuais-pequeno-burgueses o teu negócio é homem e o meu é mulher, podíamos até formar um casal incrível, tipo aquela amante de Virginia Woolf, como era mesmo? Vita, Vita Sackville-West e o veado do marido, não se erice, queridinho, não tenho nada contra veados, me passa a vodka, o quê? e eu lá tenho grana pra comprar wyborowas? não tenho nada contra lésbicas, não tenho nada contra decadentes em geral, não tenho nada contra qualquer coisa que soe a: uma tentativa. Peço cigarro e ela me atira o maço na cara, com que joga um tijolo, ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, ,veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara. Podia ter dado certo entre a gente, ou não, afinal você naquele tempo ainda não tinha se decidido a dar a bunda, nem eu a lamber buceta, ai que gracinha nossos livrinhos de Marx, depois Marcuse, depois Reich, depois Castañeda, depois Laing embaixo do braço, aqueles sonhos colonizados nas cabecinhas idiotas, bolsas na Sorbonne, chás com Simone e Jean-Paul nos 50, em Paris; 60 em Londres ouvindo here comes the sun here comes the sun, little darling; 70 em Nova Iorque dançando disco-music no Studio 54; 80 a gente aqui, mastigando essa coisa porca sem conseguir engolir nem cuspir fora em esquecer esse gosto azedo na boca. Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação Cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço? Não é plágio do Pessoa, mas em cada canto do meu quarto tenho uma imagem de Buda, uma de mãe Oxum, outra de Jesuzinho, um pôster de Freud, às vezes acendo vela, faço reza, queimo incenso, tomo banho de arruda, jogo sal grosso nos cantos, não te peço solução nenhuma, você vai curtir os seus nativos de Sri Lanka depois me manda um cartão-postal contando qualquer coisa como ontem à noite, à beira do rio, deve haver um rio por lá, um rio lodoso, cheio de juncos sombrios, mas ontem na beira do rio, sem planejar nada, de repente, por acaso, encontrei um rapaz de tez azeitonada e olhos oblíquos que. Hein? claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, ,a questão é onde, ,não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhada entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo? Mato, não mato, atordôo minha sede com sapatinhos do Ferro’s Bar ou encho a cara sozinha aos sábados esperando o telefone tocar, e nunca toca, ouvindo samba-canção e blues com caipira de vodka, neste apartamento que pago com o suor do potencial criativo da bunda que dou oito horas diárias pra aquela multinacional fodida. Mas eu quero dizer, e ela me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca, me passa o cigarro, não estou desesperada, ,não mais do que sempre estive, não estou bêbada nem louca, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, não se preocupe, depois que você sair tomo banho frio, lente quente com mel de eucalipto e gin-seng, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a ban-chá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma? Passa devagar a tua mão na minha cabeça, no meu coração, eu tive tanto amor um dia, pára e pede, preciso tanto, tanto, tanto, bicho, não me permitiram, então estendo os dedos e ela fica subitamente pequenina apertada contra meu peito, perguntando se está mesmo muito feia e meio puta e muito velha e completamente bêbada, eu não tinha essas marcas em volta dos olhos, eu não tinha esses vincos em torno da boca, eu não tinha esse jeito de sapatão cansado, e eu repito que não, que está linda assim, desgrenhada e viva, ela pede que eu coloque uma música e escolho o Noturno número dois em mi bemol de Chopin, quero deixá-la assim, dormindo no escuro, sobre este sofá, ao lado das papoulas quase murchas, embalada pelo piano remoto como uma canção de ninar, mas ela se contrai violenta e pede que eu ponha Angela outra vez, então viro o disco, amor meu grande amor, caminhamos tontos até o banheiro onde sustento sua cabeça sobre a privada para que vomite, e sem querer vomito junto, ao mesmo tempo, os dois abraçados, bocas amargas, fragmentos azedos sobre as línguas, ela puxa a descarga e vai me empurrando para a porta, pedindo que me vá, e me expulsa para o corredor dizendo não esqueça então de mandar um cartão de Sri Lanka, aquele rio lodoso, aquela tez azeitonada, que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando. A chave gira na porta. Preciso me apoiar contra a parede para não cair. Atrás da madeira, misturada ao piano e à voz rouca de Ângela, nem que eu rastejasse até o Leblon, consigo ouvi-la repetindo que tudo vai bem, tudo continua bem, tudo muito bem, tudo bem. Axé, axé, axé! eu digo e insisto, até o elevador chegar. Axé, odara!

Caio F. (Morangos Mofados).




Morangos Mofados (Caio Fernando Abreu) - 1982.

domingo, 4 de agosto de 2013

Chico Buarque Vai Passar Na Churrascaria.

Para ler ao som dos paulistas do Blind Pigs.

"Uma vez o Chico Buarque comentou que estava em uma churrascaria e, enquanto estava comendo picanha, estava tocando 'Vai Passar'... '...amanhã vai ser outro dia...'. Aí, ele se tocou que aquela música não ia trazer consciência pra ninguém".

Chitãozinho & Chororó

sábado, 3 de agosto de 2013

Apesar de todo o romantismo em torno dos movimentos hippies,

Para ler ao som da americana Janis Joplin...

o que muitos não dizem ou então existem muitos tabus sobre o assunto, é que por trás da alegria do sexo, drogas e do rock, houve muita tristeza, melancolia, brigas, intrigas, mortes, bad trips, dores, solidão, preconceito, suicídios, assassinatos, ódio, vinganças, intrigas, censuras, medos, tédios, impotências, lágrimas, depressões, loucuras, sofrimentos, pânicos, crises, crimes, prisões, tragédias, individualismos, mentiras, egoísmos, falsidades, pilantragens, sabotagens, trapaças, acidentes, overdoses, fugas, doenças, angústias, fofocas, raivas, rancores, indiferenças, corporativismos, sectarismos, charlatanismos, consumismos, consumismos, consumismos, consumismos, consumismos, abortos, estupros, machismos, sexismos, racismos, homofobia, totalitarismos, tiranias, maquiavelismos, golpes, suicídios coletivos, fanatismos, esquizofrenias, surtos, paranoias, cansaços, estresses, fadigas, desagregações, ofensas, traições, afogamentos, esfaqueamentos, chacinas, espancamentos, sequestros, mutilações, invejas, mas antes que os(as) moralistas apressados(as) tirem conclusões erradas, o fato é que tudo isto também ocorre na história das religiões, das políticas, das ciências, das artes, das igrejas, dos partidos, dos médicos, dos advogados, dos músicos, dos economistas, dos políticos, dos pastores, dos monges, dos coroinhas, dos bispos, dos padres, dos papas, dos presidentes, dos senadores, dos deputados, dos vereadores, dos poetas, dos escritores, dos advogados, dos anarquistas, dos punks, dos anarcopunks, dos gurus, dos dos profetas, dos santos, dos imaculados, dos fazendeiros, das fazendeiras, dos príncipes, das princesas, dos reis, das rainhas, dos filósofos e até dos corintianos...

Cheech e Chong em cena de "Up in smoke", de 1978.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Manifestação na Copa das Confederações - 19.06.13.

Fiz um vídeo da primeira manifestação durante a Copa das Confederações em Fortaleza, são 51 pequenos vídeos "colados" uns aos outros, o que deu no total de quase meia-hora desde o começo da manifestação:



Igreja franciscana no Dias Macêdo - Fortaleza/CE.