Para ler ao som dos britânicos do Motörhead.
Por que não existe uma palavra apenas para descrever o prazer de dançar? A dança pertence ao reino do inefável, daquilo que os filósofos não sabem explicar porque não sabem dançar. Nietzsche dizia que não acreditava em um deus que não dance, nós não acreditamos em um filósofo que não dance. Filósofos que não dançam: isso é sintomático. Ao dançar, não se pode dissimular quem se é ou o que se é: o que dissimulamos com as palavras, confessamos com o corpo. Nesse sentido, como se pode falar daquilo que é sem se deixar ser quem se é? Mire-veja uma criança dançando: elas nos mostram como realmente somos sem a rigidez do gênero, sem o preconceito corporal-linguístico, sem as falsas ideias de liberdade. Mas a filosofia não dança como uma criança porque os filósofos não dançam. Dancem filósofos, dancem! No passinho do reggae, na roda de pogo, no compasso da ciranda, chorando no brega, no forró abufelado... partam todas as couraças dançando lambada! Quem não dança, fica enrijecido e corpos enrijecidos produzem filosofias enrijecidas e filosofias enrijecidas não produzem conhecimento, nem sabedoria. E sem sabedoria não há Filosofia! Parafraseando Emma Goldman: se eu não posso dançar, não é minha filosofia!
A lituana anarquista Emma Goldman.
Documentário "Dance, monkeys, dance!"
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